sexta-feira, novembro 22, 2013

DE GRÃO EM GRÃO...

- O Rio de Janeiro, na opinião de Carlos Heitor Cony: panoramicamente é a cidade mais bonita do mundo. Mas em close é horrível.

- Coincidência de parentesco: em 1934, ano de meu nascimento, foi lançado nos Estados Unidos o filme “A Família Barrett”, e, sem saber disso, publiquei em 2005 o livro de genealogia “Família Oliveira Barreto”. O fundador da cidade de Barretos (SP), Francisco José Barreto, egresso de Minas Gerais, tinha um neto (filho de seu filho José Francisco Barreto) chamado Valentim José Barreto, nascido em 1869, sendo que o nome de meu pai era José Valentim Barreto (nascido em 1878). E segundo os autores do livro “Barretos – Primeiros Povoadores e Fazendas”, Francisco Gabriel Junqueira Machione e Roseli Aparecida Fineli, as duas famílias (a de lá e a de cá) eram frutos da mesma árvore genealógica.

 - Uma contradição em termos? A ditadura militar de 1964-1985 inspirou e revelou os momentos mais musicalmente sensíveis e expressivos daquelas décadas, enriquecendo sobremaneira a popular história de nossa música popular... Já o período posterior, da fase lulista-petista em diante, a nossa música perdeu a leveza do ritmo e a beleza da significação, caindo no marasmo da barulheira. Creio que nada tendo a defender e a combater, a não ser a intenção governamental de perpetuação no poder esse (des)governo nada pode inspirar e revelar de válido culturalmente. As enxurradas e trovoadas dos grupos desocupados só atordoam nossos ouvidos com as ínfimas produções de compositores (?) e cantores (?) e cantoras (?) e musicistas (?) que gritam, esbravejam e esperneiam baboseiras, conspurcando a tradição melódica de nosso cancioneiro criado pela alma do povo através de musicistas do naipe de Lupicínio Rodrigues, Ataulfo Alves, Ary Barroso, Zequinha de Abreu, Antônio Carlos Jobim, Vinicius de Morais, Chico Alves, Orlando Silva, Jorge Veiga, Noel Rosa, Maria Bethânia, Silvio Caldas, Linda Batista, Aracy de Almeida, Pixinguinha, Luiz Gonzaga e Dorival Caymi. Ah Saudades!...

 - Ian McEwan, escritor inglês, afirma: “Todos os romances são de espionagem: investigam o que deixamos em segredo, o que resguardamos na intimidade. Em qualquer relacionamento há coisas que escondemos, que não dizemos diretamente. Estamos todos envolvidos no controle das informações”.

 - Dos 180 países que participam da ONU, o Brasil é o único que paga salários aos seus vereadores. Até 1977 apenas os vereadores das capitais dos estados recebiam um modesto valor a título de ajuda de custo. Lembro-me que minha irmã, Maria José, exerceu através de eleições, dois mandatos consecutivos no município de Itapecerica, representando o distrito de Marilândia. Não ganhava um tostão, nem mesmo para pagar as passagens de ônibus nas idas e voltas das mensais reuniões da Câmara. Quando o cargo passou a ser remunerado, ela não resistiu à desenfreada competição dos candidatos que surgiram como que por encanto. Aí ela desistiu de concorrer.

 - Meu Deus, para quê céu? Indagava, atônito, olhando pro céu, o persistente paquerador, ao ver uma beldade atravessar a rua da cidade.

 - Antigamente, nos bons tempos da verdejante vegetação de nosso hoje desmatado Oeste de Minas, o roceiro remediado viajava no lombo de seu cavalo de estimação, todo lampeiro, chegando ao arraial e diante da pergunta: “Como vai, Amigo?”, ele invariavelmente respondia: “Ah, Beleza só. A Bondade vem aí...”. Bons tempos. Depois veio o êxodo rural, pondo fim na Beleza e na Bondade das pessoas então decepcionadas com as novas modas comportamentais.

 - Do filósofo Luc Ferry: “Os homens morriam por Deus, pela Pátria e pelas Revoluções. Essas instituições perderam a importância, e a Família emergiu como a nova Entidade Sagrada do mundo atual. Os filhos são a única razão pela qual vale a pena viver e morrer nos dias de hoje”.